sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Aqui e lá...

Olá fiel, só e triste leitor.

Hoje venho-te falar de um profundo desgosto que tenho:
Frequentemente nos queixamos do sensasionalismo e das ideias "comerciais" que nos passam, especialmente das "americaníces", mas tenho que admitir que certas coisas não funcionam de outra forma.

O exemplo que mais me afecta são os programas sobre automobilismo. Não se brinca co automobilismo!
...Ou melhor, deixa-me rectificar: DEVIA-SE brincar com o automobilismo, porque um carro ou um telemovel ou uma arma são isso mesmo, brinquedos, e deviam ser tratados como tal!

*Nota para as susceptibilidades feridas: CLARO que telemóveis, carros e armas são brinquedos! Ninguém está a dizer que não são objectos simplesmente úteis, para falar e para matar gente e isso, mas também são brinquedos! Pelo menos para nós homens... são uma espécie de maquilhagem «que usamos porque gostamos, não é para os outros verem», ou uma espécie de pilinhas artificias que gostamos de manter por perto.

Continuando a minha exposição:

Aqui está o bom exemplo daquilo que se faz "lá fora":

Aqui temos um teste a um carro "normal" (não me venham dizer que o TopGear só é interessante porque só testam grandes bombas), em que somos levados a conhecer o carro de uma forma cómica, vibrante, prática e cativante.

O locutor tem piada, o desafio é emocionante, existe adrenalina, existe beleza, existe desporto e o carro é demonstrado a fazer o que é suposto; Merda e cóbóiada!

Fica-se com vontade de conduzir aquilo!

Em Portugal, temos o quê?

Imaginem se o anúncio do Castelo Pirata da Lego fosse assim:

«Bom dia, cidadãos em idade pré-escolar, hoje apresentamos o novo produto da nossa empresa, o Castelo Pirata. Este equipamento é inteiramente composto por plástico ABS (ao abrigo da norma EU27372/59 Maio 2009 da Portaria 342 Artº 5º no documento anexo)  e contém 570 peças, 20 das quais não deverão ser manuseadas por crianças com menos de 3 anos sem supervisão de adultos. Este equipamento de lazer e ocupação de tempos livres dispõe de um vasto conjunto de acessórios tais como pecinhas de plástico a simular objectos cortantes e armas de fogo que poderão equipar nos piratas, uau. É muito divertido, e didático. Apenas 69,89€, + IVA correspondente à taxa em vigor.»

Que criança normal e equilibrada se iria interessar por esta patacuada asquerosa?
O avô da criança sim, porque ia pensar: «Ora aqui está um brinquedo castiço e seguro para ofertar ao meu mais novo sucessor...» ...mas a criança não. A criança não...

Á semelhança deste anúncio falhado (fictício) de brinquedos, temos os programas de automobilismo portugueses (infelizmente reais).
Digam-me lá se a seguinte lenga lenga, entediante, desinteressante, quadrada, cinzenta, desactualizada, impessoal, desumanizada, lúgubre e estática não vos soa familiar:

"A Renault apresentou-nos este ano a sua nova proposta de monovolume, um conceito que tem vindo a ganhar raízes dentro da marca.
*//Passa a imagem de uma carrinha a circular a 35km/h dentro de uma povoação//*
O modelo apresenta-se com linhas discretas, características deste segmento, e uma distância entre eixos muito similar à do já tão conhecido Renault Scenic, cujo chassis serviu de base para o novo modelo.
Registam-se para já 3 motorizações disponíveis, 1.6 e 1.4 turbo-diesel, e a versão sport de 1,5 litros a gasolina a debitar uns confortáveis 125 cavalos.
Os bancos traseiros rebatíveis permitem extender a bagageira de 150 litros permitindo o transporte de todo o tipo de equipamento
*//Vê-se um tosco a rebater os bancos e a meter uma caixa de cartão dentro da bagageira, que caberia de qualquer forma, com ou sem bancos//*
Este modelo vem equipado com o standart da marca; direcção assistida com 2 níveis de actuação, espelhos eléctricos, sensores de estacionamento e ar-condicionado de série."

Heyna pá! Viva o consumismo! É que vou já a correr comprar! Até tem a mesma distância entre eixos do Scenic! Cum raio, não fazem outro igual tão cedo... e aqueles 125 cavalos? Estes gajos são mesmo tontos, ca cóbóiada!

Não se saibam vender, não... depois dizem «ai é a crise, é a crise" e tal..

E agora os cépticos, que duvidam da minha genialidade, vêm dizer:
«Guerra, és um animal que só vê as coisas à sua maneira. Não são só os aceleras e os drogados que conduzem carros! Pessoas responsáveis, mulheres e idosos (nota pessoal: mulheres e idosos...hahaha) também conduzem e também têm direito a ser devidamente informadas com programas adequados a elas!»

Eu podia concordar contigo, caro céptico, mas depois estaríamos ambos errados.
Passo a explicar com um exemplo:

Eu uso toalhas todos os dias e não estou minimamente interessado em ver anúncios de televisão sobre toalhas. Se fizessem um programa vibrante, cativante, enérgico e criativo sobre toalhas, eu não o ia ver. Podiam fazer um programa da maneira que quisessem, de costas ou de barriga, até podiam por lava e dinossauros e explosões que eu não o ia ver. E no entanto uso e compro toalhas, mas a atenção que dou a esse utensílio é tão pequena que não vale mesmo a pena...quero uma toalha de uma cor "normal" e que enxogue fixe. Só isso.
Assim estão as mulheres (peço desculpa generalizar): Querem o carro X porque é bonito, é da marca que elas gostam (sabe deus porquê...), porque a prima da amiga tem um igual e diz que é fácil de estacionar e porque ouviram dizer qualquer coisa sobre ser económico.

Nota final: Não pretendo ofender as mulheres. A palavra mulher é apenas uma "alegoria" generalista para descrever todo e qualquer indíviduo que perceba e se interesse tanto por carros como eu por toalhas.

NOTA FINAL!!
Horas depois de postar este blog lembrei-me que me tinha esquecido de meter um exemplo dos anúncios em Portugal!
Ora veja lá, caro leitor, se não é tal e qual como eu expliquei:
http://www.youtube.com/watch?v=FmcHcItiD80&feature=related

Por Guerra, o Corrécio

domingo, 16 de setembro de 2012

Uma boa Manif...

Hoje venho falar num tom sério. E daí talvez não, que eu depois entusiasmo-me e...

Antes de mais, quero agradecer a todos os fiéis leitores que se juntaram em Lisboa (e noutros locais) para se manifestarem contras as medidas de austeridade lutando pelos interesses de todos nós. Infelizmente, não estive presente.

Depois, quero comentar que "Medidas de Austeridade" é um nome muita mal escolhido, do ponto de vista do Marketing:
Se o (des)Governo queria lançar uma série de medidas que são uma espécie de violação 5 para 1, ao menos que lhes disfarçasse o nome... Podiam ser «Medidas de recuperação económica»; «Medidas de retenção de dinheiro público», etc... Agora medidas de Austeridade? 
É o mesmo que uma empresa lançar um  produto novo e então como é que lhe vai chamar?
«Chefe, Chefe! O departamento de marketing já tem nome para o novo produto! Vai-se chamar "Produto de Merda!"» 
É mau marketing. Mesmo que seja, efectivamente, um produto de merda.

Prosseguindo...

Embora esteja satisfeito com esta manifestação, tenho a comentar que podia ter sido mais bem aproveitada.
Uma manifestação tem mais efeito quando:
A) Vem em consequência de uma acção específica;
B) Tem por trás um ideal específico de mudança (E aí acaba por ser mais uma revolução e não uma manifestação);

Esta manifestação em concreto é do tipo A, pois veio em consequência do previsto aumento da contribuição social e de mais meia dúzia de novas chulices confitadas por aquelas cabecinhas brilhantes a quem chamamos governantes.
O problema é que assim demos a entender que só esta última gota é que foi de mais, e o que conseguimos com esta manifestação é fazer com que essas novas medidas não sejam aprovadas e que os políticos agora durante um mês ou dois tenham um pouco mais de atenção aquilo que dizem. se conseguiu isto, infelizmente.
Maaas devíamos ter conseguido muito mais, porque PS ou PSD ou CDS ou BE ou PC ou qualquer outra sigla é tudo a mesma coisa e há muitos anos que estamos a ser mal governados, por um lado porque são chupistas, por outro porque mesmo que quisessem fazer algo de bom pelo país simplesmente não eram capazes. Se fossem de facto pessoas com capacidades de organização e gestão, estariam anónimos a administrar grandes empresas e a ganhar dinheiro a sério em vez de estarem à frente de um país a ganhar comparativamente uma miséria (que mesmo assim, conseguem fazer parecer que é muito, tal é a falta de produtividade demonstrada).

É que o governo é como um cão mal educado:
O cão caga no chão e nós não dizemos nada... o cão mija na carpete e nós não dizemos nada... o cão retraça à dentada o sofá e nós não dizemos nada... e um dia o cão morde o carteiro, o que "já é de mais", e nós ralhamos e damos uma palmada ao cão. O que é que ele aprende? Apenas a não morder o carteiro... 

É por isso que digo que isto devia ter sido uma manifestação de tipo B:
Alguém (ou um conjunto de alguéns, como alguns desses entendidos e críticos da TV, que até me parecem pessoas suficientemente íntegras e inteligentes) devia ter escrito uma lista de exigências/objectivos bem delineados, mensuráveis e exequíveis, e ter-se organizado a manifestação à volta dessa lista.

Em vez de dizerem: 
«Quem tá descontente venha reunir-se dia 15 não sei onde...»
Deviam (na minha totalmente leiga mas genial opinião) ter dito:
«Quem concorda com este papelinho que nós escrevemos, venha reunir-se no dia tal...»

E depois o papelinho dizia algo do género (mas com pés e cabeça, coisa que eu não tenho):

"Gostamos da democracia mas já agora preferíamos que houvesse gente competente na lista de opções. Com todo o respeito, parece que vocês estão com falta de ideias para resolver esta crise, assim sendo. os presentes elementos do povo exigem imediata aplicação das seguintes medidas que provavelmente não serão suficientes para resolver tudo mas que pelo menos ajudava bastante e deixava-nos dormir mais descansados:

1- Salvo o presidente da república (que já é velhinho), acabou-se todo e qualquer carro para políticos! E motoristas pagos para levar as mulheres às compras idem idem aspas aspas.

2- O presidente da república (que é um velho asqueroso) tem direito a apenas 1 reforma e é bom que lhe chegue!

3- A RTP não tem de fechar, tem é de dar dinheiro como qualquer canal de TV...que ao que parece até dá dinheiro e bem.

4- Gostávamos de ver uma vez por outra um político corrupto a ser verdadeiramente responsabilizado. Sim, pode ter TV na cela se quiser.

5- Abram os olhos. Se uma casa custa, por exemplo, 50.000€ a ser construída, porque é que vocês pagam 300,000€ por uma rotunda (daquelas pequeninas, de 2 faixas)?? 
Em vez de contratarem a empresa de construção civil do vosso cunhado, se calhar experimentem variar.

6- Quando um derrape orçamental ultrapassa os 5%, por favor responsabilizem as pessoas. Se certa empresa ganhou a obra porque apresentou um orçamento mais baixo que a concorrência, convém que o cheque que no fim é passado corresponda, minimamente, a esse tal orçamento...

7- Comecem a pagar apenas as horas de trabalho aos deputados. E isso inclui controlar os que estão lá sentados a "anhar" na net em vez de trabalhar...

etc etc... (Apenas umas 10 chegavam...também para não sermos uns chatos...)"

Pronto, depois era pegar nos tais 500 mil manifestantes e levar esta folhazinha e colá-la com cuspo na janela do parlamento, com a nota: Voltamos cá para a semana pa ver como está a andar o serviço...

Por Guerra, o Corrécio

domingo, 2 de setembro de 2012

O Exercício


E como não me pagam para isto, coloco aqui novo tema por autoria do fiel único colaborador, o Sr. Raposeira:


Exercício físico

Hoje trago-vos a problemática do exercício físico na 1ª pessoa.

Outrora fui uma pessoa com uma condição física, não digo invejável, mas bastante satisfatória. Era menino para fazer exercício físico umas 3*s por semana, e isso bem espremido dava umas 5h por semana. Agora, no apogeu do sedentarismo e com um bandulho resultante dum cruzamento entre um etíope e um lavatório, achei por bem dar uso à bicicleta fixa que tenho em casa.

Obviamente que mal esperneei os primeiros metros começaram logo as pernas a ficar duras que nem pedra, mas como sou um gajo rijo como o aço em vez de parar logo ali aos 2km, aguentei até aos 10km, que foi a barreira que achei aceitável para no dia seguinte estar operacional.

Passados 2 dias voltei à mesma dose, cascos em cima da bicicleta e zimba! zimba! Toca a espernear mais rápido que o Armstrong e o Contador juntos. Obviamente que o grande objectivo era bater os 10km da antevéspera mantendo o ritmo diabólico de 20km/h. Claro que bati a barreira psicológica dos 10km, mas tinha duas opções em mente, ou fazia uma subida progressiva na quilometragem, ou tentava ir ao meu limite e faria uns portentosos 20km e amanhã teria uma condição física equiparável à do Stephen Hawking. Claro que fiz uns míseros 12km, e não contente, decidi fazer umas flexões e uns abdominais. É claro que não vou quantificá-los, pois desde pequeno que tenho dificuldade em contar para cima de mil.

Resumindo… Após a minha sessão de 12km de bicicleta, 40abdominais e 15flexões, fiz um rescaldo positivo da minha actuação. Mais tarde, já a frio, achei que a minha actuação à qual apelidei de positiva há 10min não passou de um fracasso. É o mesmo que chegar aos 60 anos e ficar feliz da vida por ter descido 2 degraus de uma vez sem se borrar todo, fracturar as duas pernas, deslocar a bacia e vazar uma vista.

O único mérito que tive foi conseguir passar de uma pessoa normal que faz a sua vida, inclusivamente indo ao pão sem moer ninguém, para um gordo deficiente que mal põe um pé num elevador ele começa a blaterar que nem um camelo.

Para quem não percebe a agonia do elevador aconselho o visionamento do seguinte vídeo:

Em suma, não existe nenhuma razão para se ter orgulho de fazer uma coisa que em condições normais faríamos com a maior das facilidades e 10*s melhor, e não as fazemos agora por uma simples razão, desleixo.

É bom saber que as minhas palavras não foram ditas em vão e já existem neste momento pessoas do outro lado do Atlântico a executá-las. Os resultados são, como se haviam de esperar, surpreendentes…

Resta-me agradecer-te fiel leitor, pois ao tares a perder tempo a ler a balhana que para aqui escrevi ao invés de tares a fazer exercício só tás a reforçar o meu ponto de vista, o que é bastante positivo, pois para além de elevares o meu ego também estás a aumentar a necessidade de tratamento das vias respiratórias por aerossóis dinamizando assim a economia interna.

Já dizia a minha avó: “Levantar o rabo da cadeira é o melhor remédio para a caganeira”. É óbvio que inventei agora isto, mas quando uma pessoa parafraseia alguém mais antigo tem sempre outro impacto.

Indecentemente,
Raposeira

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Obrigado fiel colaborador. 
Foi bom este bocadinho, especialmente porque foi curto.

Eu e o fiel leitor esperamos que continues a encher chouriços aqui no blog xD

Não por Guerra, o Corrécio

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

É falta! ...só se for de tomátx!

Inexplicavelmente fiel Leitor,

Venho hoje abordar um tema controverso (não é controverso, as pessoas é que insistem em não concordar comigo): O futebol e as faltas.

Sou extremamente racional e portanto começo já por admitir que este meu ódio pelo futebol e pelas suas mariquíces tem por trás uma boa dose de inveja e ciúme.
Quem não teria? Cabrões dos futebolistas...:

1º - Fazem o que querem:
«Heya ò Guerra lá tas tu...achas que é fácil? Treinar todos os dias e quê..»
Encham-se de moscas! Claro que há dias em que não apetece treinar, mas de certeza que é melhor sair da cama para ir JOGAR futebol do que ir acartar baldes de brita para as obras ou lidar com burocracia infinita atrás de uma secretária.

E digo convictamente que é melhor jogar á bola do que trabalhar por estes 2 simples motivos:
1.1 - Ninguém diz «Vou JOGAR ali aos baldes de brita»... na melhor das hipóteses diz «Vou acartar táubinhas que me fo...»
1.2 - Ninguém leva para a praia 50 relatórios para preencher para se entreter com os amigos...

2º - Ganham mais num mês do que eu em 40 anos.
Claro que também não me posso queixar muito. Este blog + o meu vulgar emprego já me renderam dinheiro suficiente para passar confortavelmente o resto da vida...se morrer 3ª feira que vem.

3º - Não precisam de absolutamente mais nada para terem o que querem:
3.1 - Não precisam de fazer nada de bom para serem respeitados.
3.2 - Não precisam de perceber absolutamente de nada para fundar um negócio da moda.
3.3 - Não precisam de ser bonitos nem simpáticos nem inteligentes para ter mulheres.
3.4 - Não precisam de saber falar para serem ouvidos (e ainda escrevem o que eles dizem a negrito nos jornais!)

Bom, penso que isto basta para explicar a minha raiva miudinha pelos futebolistas. E posto isto, penso:
"Estes gajos com tanta fama e tanto respeito por parte das massas...ao menos que se comportem como homens de honra em campo!"

...mas não, mas não.
O futebol hoje em dia é uma espécie de jogo do desconfia, onde praí 80% das faltas não o são.

Fico triste de ver um homem adulto (e matulão ainda por cima) aos berros e a espernear no chão agarrado à cara e às canelas só porque outro lhe deu uma cotovelada no braço ou uma joelhada na perna.
Lembro-me perfeitamente de ver o meu primo com 5 anos a fazer isso para que a minha avó viesse e me desse um chapadão por o ter empurrado da bicicleta abaixo, e bem merecia o chapadão! E os gritos que ele mandava também eram justificados, a julgar pela carne que ás vezes deixava agarrada ao chão...

Agora aqueles cócós... ali a mendigar por uma falta?
Gajos com grandes carros, grandes físicos, grandes casas, com centenas de milhares de fãs...ali a rebolar no chão pa ver se safam um livrezito, porque chutar ca bola parada é mas fácil... valha-me santa coisa...

Se os prolongamentos correspondessem à realidade do tempo que o jogo esteve parado tínhamos aí 35 minutos de prolongamento, no mínimo.

Já caí de moto, já levei murros no focinho, já me cortei na cozinha, já me entalei em portas e gavetas, já pisei pregos, me enterrei em silvas, já parti alguns ossos, inclusivamente já entalei a pelezinha da coisa na braguilha! e nunca fiquei no chão a espernear aos gritos...pelo menos desde os 8 anos, que me lembre!

Que teatro triste...
Mas eu percebo. A culpa não é deste e daquele..é de todos e é dos maus hábitos.
Se aparecer um macho que se recuse a berrar com uma criança, mesmo que tenha 3 fracturas expostas, não ganha a falta, porque se não está aos gritos é porque não se passou nada...e pronto, mesmos os mais rijos acabam por ter de embarcar nesta novela deprimente.

Para mim a solução era simples... autorizar o 4º árbito e multas PESADAS para quem fosse apanhado nas repetições a fazer-se de vítima:
-O toque foi no braço e ele tá a queixar-se da cara? Davam-lhe 3 estoiros no focinho depois do jogo.
-Mandou-se para o chão e o outro mal lhe tocou? Pegava-se num martelo e joelhos fora, logo!
-Levou um toque, ficou estendido 30 segundos a chorar no chão e como o árbito não assinalou falta levantou-se e correu prá bola com a agilidade e frescura de um bambi na flor da idade? Era pregá-lo ao chão com 5 estacas (sim, 5...) e pôr um gordo de 600Kg a fazer pilates em cima do gajo. Com areia no meio deles, para esfolear melhor.

E pronto... já me sinto mais aliviado.
Devo ter tido uma infância perturbada.

Por Guerra, o Corrécio

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A Gaja Boa

Hoje, fiel leitor, venho esbugalhar-te os olhos com algo que nunca imaginaste!
Um texto de um colaborador!

Sr.Raposeira, meu inimigo de longa data, mandou-me este texto, que considerei apto para os teus clínicos olhos:


Gajas Boas

Antes de mais, gostaria de informar os leitores que o que será relatado após esta breve introdução está assente em ideais nobres com vista a instruir o cidadão, bem como iluminar a mente dos mais distraídos.
Estou ciente dos meus limites, daí ter a perfeita noção que apesar de tentar escrever pomposamente nesta introdução, não vou impressionar nem um mongolóide com uma trip de ácidos na bucha, assim sendo segue-se a brejeirice…

Após milhões e milhões de anos de existência humana, a história é farta em discrepâncias nos mais variados temas até aos dias de hoje. 
Existem porém duas verdades universais que são os alicerces da sociedade actual, a primeira tem tanto de belo como de indiscutível, é a primeira informação que é instruída às crianças como sendo do senso-comum, “O Benfica é o maior clube do mundo!”. Já a segunda verdade universal, a mais completa, contempla o prazer psicológico inerente na 1ª, bem como o prazer físico, falo-vos de um espécime único no universo, a comummente denominada, “Gaja Boa!”
A 2ª verdade universal, não é facilmente transcrita numa curta frase como a 1ª, até porque em tenra idade um ser humano pode ter dificuldades na sua identificação entre as demais, é com vista a esclarecer o leitor que surge este meu estudo.




Ora bem, a “Gaja Boa”, também denominada por: canhão, cavalona, mula, égua, éuga*, é um espécime feminino da raça humana com idades compreendidas entre os 18 e os 45anos, sendo facilmente reconhecida por homens com idade superior a 12anos, que sejam cidadãos e sem problemas visuais. Quanto aos restantes, vou-vos explicar como identificar uma gaja boa, ora bem “gaja boa” é uma característica física de uma pequena percentagem das mulheres, ao qual é frequentemente associado o pouco uso de tecido nos vestidos, de forma a exponenciar os atributos peitorais e a zona caudal. Se mesmo assim não fui explícito, é teres uma namorada ou amiga que te pergunta: “Para onde tás a olhar?!”, ou “Quem é aquela?!”, é porque acertaste em cheio.

A “Gaja Boa” está intimamente associada ao desenvolvimento artístico do homem, pois é um item raro, de difícil acesso à maioria da população masculina, alvo de cobiça e inveja, no entanto deverá ser o único objecto pelo qual todos os homens fomentam o pensamento artístico. O melhor exemplo para provar a minha teoria é o caso do matemático, que ao avistar uma cavalona, pensa para si próprio: “punha-te já aqui de 4!”. Com este pensamento o matemático está a juntar o conhecimento científico com a componente artística javardola, proferindo um pensamento que foi para além de tudo o que havia realizado até então.
Poderia o leitor interrogar-se quanto à veracidade e unicidade do meu pensamento lógico relatado anteriormente, pois Da Vinci foi um génio no campo das ciências e das artes e não utilizou a “gaja boa” como fonte de inspiração. Mas poderão afirmar que a grande obra-prima de Da Vinci era uma mulher, ora bem para quem acha que a Mona Lisa é um símbolo de erotismo e sensualidade, então este texto é obsoleto e ultrajante, quem pensa em tal coisa vê numa mulher com maçã-de-adão e pêlos no peito o apogeu da sensualidade feminina.

Posto isto, irei instruir o leitor com o clímax do meu estudo, assente em 25 anos de pesquisa sobre o comportamento da gaja boa e a sua influência no quotidiano masculino. Ora bem, para além de ser a razão do desenvolvimento artístico, científico e cultural do indivíduo, ela deverá ser a única coisa que leva a um consenso num debate de ideias. Imaginemos o seguinte cenário, estão dois homens sentados numa esplanada a beber uma cerveja quando senta-se na mesa ao lado uma mula bem guarnecida de tranca, um deles repara em tal artefacto e diz: “ÉH LÁ! Qué isto que anda aqui a esbracejar de volta de um gajo?!”. Obviamente que passados 0,5 segundos após aquela pergunta, os olhos do amigo depararam-se com a razão de tanta exclamação, assente e contrapõe: “Não sei quem é, mas tem aspecto de ser saltitona”. É claro que o indivíduo que despoletou o 1º comentário, satisfeito por o amigo ter retorquido com o mesmo entusiasmo continua a conversa: “Sim, aquilo deixava um gajo feito numa concertina”, ao que o amigo responde: “Exactamente!”.

Posto isto, facilmente conclui-se que nunca dois homens sentados numa esplanada a confrontar ideias chegariam a um consenso tão facilmente se não tivesse aparecido lá uma cavalona a desenquietar-lhes as hormonas e consequentemente a cabeça. Facilmente viram-se envolvidos num espírito de trabalho em equipa, uma espécie de “forças combinadas”, com vista à unificação do seu pensamento lógico.

Não queria que este meu estudo fosse considerado apenas um documento teórico, não aplicável à sociedade actual, gostaria que por exemplo na discussão do orçamento de estado fosse colocada uma euga no palanque da assembleia da república, e por lá permaneceria até à conclusão da votação. Não tenho dúvidas que a primeira conclusão da ordem de trabalhos seria: “Eu fazia com que essa mula desse um triplo mortal empranchado á retaguarda”, depois disso seria aprovado o orçamento de estado mais unânime de sempre, com a aprovação de todos os partidos políticos.
Espero que este seja o início de um grande legado.
Até breve,
Raposeira


Até breve diz ele... Pois sim, vamos ver!
O desenhinho por Guerra, o Corrécio

domingo, 6 de maio de 2012

Caem que nem tordos!

Heya... deixei o blog completamente ao abandono. Não podemos, caro leitor, tornar a permitir isto!

Bem, hoje vinha eu "descansadinho" de carro, pela nacional, a caminho de Santarém quando mais uma vez dou por mim a desesperar atrás de um qualquer inergúme filho de um batráquio que seguia descansado na sua vidinha anhada, ali a 30 ou 40km/h, num troço (ou super-especial) onde normalmente circulo, sem sequer reparar no que vou a fazer, a 100 ou 120...

Ora, com carros a vir de frente, traços contínuos e toda uma série de outras burocracias que afectam os enlatados (sim, porque se viesse de moto nada disto acontecia... ai a falta que uma moto faz para alinhar os chakras às pessoas...!) tive de amochar ali atrás do bixo e até me deu tempo para pensar:

«Esta gente deve fazer consumos brutais! Fogo...se eu sempre a esgalhar e sem paciência nenhuma faço 8-9L/100, estes anhados devem fazer uns 4 litros ou menos!»

E isto até tá bem pensado, não está?
Mas o que me confunde no meio disto tudo é que nunca ouvi ninguém a dizer: "Ah e tal, o meu carro faz médias de 4.5L" e depois vamos a ver e o gajo tem uma carrinha 1.5 a gasolina e era impossível fazer 4.5L... mas depois apercebemo-nos que o tipo conduz como se tivesse 95 anos e 7 cataratas em cada olho e pois...ah, assim é natural que faças 4.5L aos 100!

Mas isto nunca me aconteceu!

Sempre que ouço alguém a gabar-se do consumo da sua moto ou carro é porque o motor é mesmo económico. Claro que o andamento de cada um influencia... mas nunca tive a oportunidade de falar assim com uma dessas aves raras que andam sempre a piçalhar a 40 e perguntar-lhes quanto gastam de pitróile.

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Mas a minha indignação não fica por aqui...
Porque é que as pessoas que andam a 10km/h não admitem simplesmente que são um estorvo para a sociedade e, continuando a andar devagar, começam a facilitar as ultrapassagens, a ceder passagem aos outros veículos, a chamar menos nomes a quem lhes passa á esquerda e á direita nas rotundas e auto-estradas, etc?
É que cada um tem direito a andar como quer... certo! Mas por isso mesmo, se eu não posso obrigar os velhinhos e os podões a andar depressa, então eles também deviam evitar obrigar-me a andar devagar atrás deles =D. (Pôr um smiley no meu blog é como entrar numa esquadra da polícia vestido de palhaço. Não tem mal nenhum mas também não cai nada bem...)

E tudo isto reme-te para uma última questão (curiosamente, a única com algum legitimidade e seriedade), que é continuarem a permitir que pessoas demasiado idosas (ou comidas já da cabeça) conduzam.

Permitam que vos conte uma história.

Ora, há muito muito tempo, no outro dia em Peniche, vinha numa recta atrás de uma fila de 8 ou 9 carros todos a 25km/h... andei ali aos zig-zags para tentar ver qual era o  motivo daquele atraso de vida. Imaginei que fosse um tractor ou carroça ou mesmo uns ciclistas daqueles que não usam as bernas e insistem em pedalar lado a lado... mas não! Era um carro normalíssimo.

À medida que os outros carros iam conseguindo ultrapassar aquela lástima ambulante, estava á espera (ansioso, até!) de os ouvir a apitar e a esbracejar... mas não... eles ganhavam velocidade, metiam-se ao lado do carro lento, olhavam e ignoravam... fiquei curioso. Será o Mike Tysson?

Quando se chegou a minha vez, olho, e vejo 4 cabecinhas brancas dentro do carro, uma delas agarrada ao volante com um ar completamente vidrado, de quem vai em pânico e sem ter qualquer noção daquilo que vai a fazer.
Ora eu, tal como todos os outros condutores, tive pena das senhoras, engoli em seco e segui caminho.
Não ia tar a ralhar com as senhoras... mas devia! Devia ter pedido o número de telefone dos filhos delas e telefonado a descompor a falta de sentido cívico, de deixarem andar 4 múmias a empatar a via pública!

É que chegar ao ponto em que em vez de se inspirar raiva se inspira pena... tenham dó, tirem a carta a esta gente!

Pior! Aquelas aventesmas iam a 25km/h mas garanto-vos, pela expressão da senhora que ia a conduzir, que se algo ou alguém se metesse á frente do carro, era a 25km/h que era passado a ferro e a 25km/h o carro havia de seguir porque não me parece que atropelar um carteiro ou um cão fosse passa suficiente para tirar a condutora do turpor em que seguia.

Dão-me arrepios, as pessoas... :P   <--- mais um smiley bem enquadrado, como um pires de petingas num jantar romântico

Por Guerra, o Corrécio