segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A'Áve da mudança

Ainda sem sinais do outro colaborador deste blog, que está concerteza demasiado ocupado a não fazer nenhum, deixo-lhes mais uma história que vão desejar nunca ter lido:

Era uma vez um anão entusiasta do ciclismo que tinha uma carrinha azul-camelo. Certa manhã, andava o Sol já a rondar a nuvem da direita (estando o observador correctamente desorientado a Norte) e os passarinhos a zurrar de árvore em árvore, quando algo bizarro se passou na povoação onde o anão, de nome Alberto, morava:
-Tinha nascido um pequeno e fofo condor aberrante (uma vez que nasceu hipoteticamente por geração espontânea, nao teve progenitores que lhe dessem um nome).

O acontecimento acima descrito teve um grande impacto na população local uma vez que o condor é um animal extremamente opaco que esbraceja muito, e parecendo que não, incomoda!
Como seria de esperar, cada acção gera uma reacção e neste caso foi uma tragédia em cadeia... o esbracejar constante do condor enervou as velhas, que deixaram de dar leite; Os pasteleiros sem leite perderam o sono e começaram a deambular pelas ruas feitos mortos-vivos apáticos e morenos; A escassez de pastéis deixou os marqueses e os viscondes em pânico, o que levou os seus cabeleireiros à loucura, o que finalmente levou a que se esquecessem de preencher o IRS; Por fim, o departamento de finanças da aldeia ficou totalmente desocupado e, pronto, aí terminou esta bola de neve, porque pouco ou nada mudou.

Mas a natureza é imparável e as coisas voltaram a encontrar o seu ritmo... os pasteleiros começaram a fazer pastéis de sumo gaseificado; as velhas passaram a repousar no departamento de finanças por causa do ar-condicionado; os marqueses começaram a aparar o cabelo na serralharia, e os funcionários públicos começaram a desfiar formulários e recibos para fazer papel em pó, com o intuito de polvilhar o bolo rei (de sumol de ananás) mais tarde nesse ano.

Quim Jorge (ou "Alberto o anão", se preferirem), assistia com entusiasmo a todo este reboliço, sentadinho á sombra de um urinol, mesmo ali na praça principal da vila. Quim Jorge era muito sensível a todas as pequenas coisas que a vida lhe proporcionava e procurava degustar todos os deliciosos momentos, todos os pormenores e pequenos detalhes... neste caso em particular, agradava-lhe a forma como a maioria dos pedestres esbugalhava os olhos ao pisar os gomosos tortulhos do condor, que entretanto ja pesava pra cima de 800 Eskilos.

Para além do simpático novo hobbie de Quim Jorge "A girafa mecânica", a vinda do condor trouxe outros benefícios que não podemos ignorar:
-O volume de receitas provenientes do turismo local duplicou relativamente ao mês seguinte do mês homónimo de há 3 anos atrás, do século anterior, na vila vizinha (sejamos francos, não duplicou exactamente, mas 1.4 arredonda para 1.5, o que dá 2, em números com jeito).
-Nasceu uma certa quantidade de pessoas (também morreram umas quantas, mas já eram velhas e só davam prejuízo).
-Deu à costa do rio uma foca bébé muito fofa... infelizmente ja um pouco podre e inchada.
-Quim jorge descobriu as chaves da arrecadação do coreto debaixo do urinol, bem como uma pastilha elástica praticamente nova.

Moral da coisa:
"Todo aquele que desejar comprar aquilo que ainda não possui, encontrará uma oferta melhor uns tempos depois (ou não)."

Para os mais ortodoxos:
"Queres comprar, mais vale esperar (Se Deus quiser)."

Por Guerra, o Corrécio

Um comentário:

  1. Obrigado Guerra...agora já me dói o lóbulo frontal de tanto imaginar/visualizar esta bonita historia de amor..

    Nelos;)

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